Quando você tem um negócio, é essencial dar uma cara a ele. Criar uma marca reconhecível, forte e marcante valoriza sua empresa e representa um diferencial em meio a tantas outras empresas concorrentes.
Existem várias etapas e informações necessárias para construir um branding. O processo leva em conta diversos fatores que requerem estudo e atenção. Para começar a entender melhor como fazer o branding ideal para sua empresa, o primeiro passo é entender os conceitos.
O que é marca?
A marca é a impressão que é deixada no consumidor, ou seja, é a percepção que ele tem de determinada empresa.
A definição da missão, a escolha do design (logo, cores, fontes, embalagem), marketing, site, redes sociais, serviço ao consumidor, slogan, qualidade, preço, a filosofia e a cultura da empresa são todos aspectos que influenciam na formação e consolidação de uma marca.
Basicamente, se você quer garantir que seu produto ou serviço será reconhecido e conquistará uma clientela fiel, é indispensável que ele tenha uma marca consistente e bem pensada.
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, resume bem: “sua marca é o que as outras pessoas falam quando você não está presente”. Portanto, a sua marca é a sua reputação.
Branding nada mais é que a construção e gestão dessa marca, analisando cada minúcia necessária para torná-la forte e mais presente no mercado.
Como é feito o processo de branding?
Você pode ficar perdido quando se deparar com o desafio de colocar no papel tudo que sua empresa representa, e fazer nascer daquilo a marca com a qual você sonha. Então, a gente precisa primeiramente analisar e diferenciar três pontos que o ajudarão a criar algo único, impactante e compatível com sua visão: estratégia da marca, identidade da marca e marketing.
A estratégia da marca é a base, a fase inicial que exige que você defina e reflita sobre as particularidades da sua empresa: qual é sua missão, o que te diferencia dos seus concorrentes, qual é seu público-alvo, qual é a sua voz e sua história. Nisso, você vai deixar claro aos seus consumidores questões relevantes, como o que te leva a merecer a confiança deles ou como você vai resolver os problemas.
A identidade da marca é como você se apresenta ao público e como ele interage com sua empresa, com seus valores, sua mensagem e os elementos visuais, como a logo, a paleta de cores, as fontes, o design do site, a embalagem etc. Todos esses elementos devem estar presentes de forma consistente em tudo que envolve a marca, para garantir que os consumidores irão reconhecê-la.
O marketing é sobre comunicação. É preciso entender a melhor maneira de trazer atenção ao seu produto ou serviço, e você deve fazer isso lembrando sempre dos seus valores e do seu público-alvo. Lembra que a gente disse que você tem que defini-los? Então, quando você sabe o que você quer passar e para quem você quer passar, é muito mais fácil divulgar sua marca.
Mas e agora? Como colocar em prática? Vem com a gente enumerar as etapas:
1. Descobrindo sua missão e propósito
As perguntas que você deve fazer para si mesmo são: o que te motivou a criar essa marca? Quais são seus objetivos? Que fatores te diferenciam dos demais? E por que as pessoas devem confiar em você?
A verdade é que existem diversas razões pelas quais alguém decide começar um negócio. Compreender o que te impulsiona e estabelecer o que você pretende construir a partir disso vai permitir que os seus consumidores se conectem de uma maneira mais profunda, entendendo o que estão comprando. Veja que a relação acaba não sendo meramente de interesse econômico, mas por uma identificação com a cultura e filosofia da sua marca.
A Apple é uma das maiores referências quando se fala em branding. Eles estabeleceram como missão “trazer os melhores produtos de computação pessoal e apoio para alunos, educadores, designers, cientistas, engenheiros, empresários e consumidores em mais de 140 países ao redor do mundo”, e seguem essas palavras à risca. Para isso, investem fortemente na qualidade dos produtos, no marketing e na identidade visual. São tão bons que em todo lugar você encontra fãs devotos da marca.
2. Fazendo a pesquisa
Para constituir algo do zero ou até idealizar uma nova identidade para sua marca, é interessante investigar como outras empresas do mesmo ramo estão agindo. O intuito não é copiar — claro, a originalidade é fundamental! — mas sim avaliar em quais pontos elas estão acertando e em quais estão errando, a fim de que você possa mostrar como se destaca em relação a elas.
Uma boa forma de fazer isso é montando planilhas com questões a serem analisadas: sua concorrente é consistente com sua mensagem e identidade visual? Qual é a qualidade dos produtos e serviços? Quais são as avaliações de clientes? Como a marca é divulgada, tanto online quanto offline?
Depois de responder essas perguntas, é hora de descobrir suas semelhanças e, principalmente, o que a gente já falou algumas vezes aqui: seu diferencial! Afinal, você precisa convencer as pessoas a te escolherem. Será que seu produto é mais barato? Ou então ele tem uma particularidade que nenhum outro tem? Sua história é mais inspiradora? Tente encontrar os elementos que podem fazer com que os consumidores te deem uma chance.
3. Definindo seu público-alvo
Você precisa ser bastante específico. Não há como agradar a todas as pessoas, nem como atender às necessidades de todos os grupos. Por isso, é preciso chegar à conclusão de qual é seu público-alvo. A partir daí, você poderá moldar sua marca com base em seus comportamentos, preferências e estilo de vida.
Eles precisam entender e se identificar com o produto ou serviço que está sendo oferecido. E como você pode conhecê-los? Estudando e pesquisando! Alguns fatores devem ser levados em consideração, como idade, gênero, localização geográfica, poder aquisitivo, motivações, influências e afinidades.
4. Demonstrando suas qualidades e benefícios oferecidos
Ali em cima nós te dissemos que você precisa encontrar o que te distingue das demais marcas. Agora você precisa fazer com que seus clientes saibam disso. Procure deixar bem explicado tudo que você pode oferecer que ninguém mais pode, ou pelo menos que ninguém fará melhor que você!
É preciso demonstrar confiança de que aqueles pontos delineados são de fato suas melhores características e que você está pronto para honrar com elas. Não adianta listar qualidades que não refletem a realidade.
Um exemplo disso é a Headspace, que tem como propósito ensinar meditação. Em seu site, você consegue ler sobre os diversos benefícios dos exercícios de meditação disponibilizados em seu aplicativo, como redução do estresse e da ansiedade, melhoria na qualidade de sono e no humor, aumento da concentração, dentre outros. Eles fazem questão de enfatizar que todos esses benefícios são embasados em estudos científicos, o que dá credibilidade.
5. Dando uma voz à sua marca
Encontrar sua voz em meio a diferentes negócios tentando alcançar algum sucesso é crucial. Para isso, você precisa ter estipulado o que a gente já listou: sua missão e seu público-alvo, ou seja, saber por que você está falando e com quem você está falando.
Você quer que sua marca seja mais profissional? Ou então que ela seja mais amigável? Divertida? Técnica? São inúmeras as possibilidades.
Uma vez que você tenha encontrado sua voz, é preciso reforçá-la sempre. Tanto no seu site, no seu blog e em posts nas redes sociais, ela deve estar presente de forma consistente e coerente. Você pode até divulgar os bastidores, contar histórias reais, descrever seus produtos e serviços de forma compatível com seu estilo — tudo para garantir que a personalidade da sua marca brilhe!
A Magazine Luiza tem feito um ótimo trabalho em abraçar a responsabilidade social com a qual toda empresa deveria se preocupar. É uma forma de definir e usar sua voz como uma marca atenta aos impactos sociais de suas atitudes. No ano passado, eles lançaram um programa de trainee destinado apenas a pessoas negras, estimulando a inclusão e diversidade dentro do mercado de trabalho.
6. Contando sua história
Por que você decidiu criar sua marca? Como foi esse processo? O que te motivou a dar esse passo tão importante? Contar sua trajetória promove uma conexão emotiva maior com seu consumidor.
Explicar quem você é, quais são seus objetivos e o que te fez chegar até aqui vai permitir que o cliente possa entender o porquê de apostar na sua marca e, consequentemente, no que você representa. Faça isso de uma maneira clara e simples, para que a mensagem seja passada satisfatoriamente.
Você sabe como a Netflix começou? Em 1997, quando foi fundada, trabalhava com locação de filmes, mas, depois de um ano, migrou para o serviço de envio de DVDs pelos Correios. Com o passar do tempo e as novas demandas e hábitos da sociedade, passou a oferecer filmes e séries por streaming, tornando-se a maior plataforma do ramo.
7. Incluindo sua marca em todos os aspectos com consistência
Em tudo que você fizer, sua marca deve estar presente. Tanto no espaço físico quanto no online (seja num site, numa rede social, num cartão de visitas ou num escritório), os clientes precisam reconhecê-la imediatamente naquele ambiente.
Isso abrange não só a logo, mas a paleta de cores, as fotos, as fontes, as mensagens que você quer passar — cada detalhe deve espelhar a marca e sua identidade. E você já deve ter lido essa palavra diversas vezes nesse post, mas vale lembrar mais uma vez: consistência é a chave! Os consumidores procuram fazer associações, e se você confundi-los com visuais e ideias diferentes em cada plataforma, não vai conseguir criar uma identidade forte para sua marca.
Uma empresa que se importa em garantir uma experiência focada em sua marca é a Nespresso. Eles vendem um lifestyle de luxo e elegância a quem consome seus produtos. Ao entrar em uma de suas lojas ou boutiques, criadas para oferecer momentos únicos aos amantes de café, você pode sentir o cheiro e ser inserido naquela atmosfera. É possível fazer degustação dos mais variados tipos de café. Nas cápsulas, nas máquinas ali expostas e até no chocolate que é oferecido no final da compra, você vê o nome da Nespresso estampado.
8. Defendendo a marca
Você precisa acreditar na sua marca! Ninguém a conhece melhor que você, então quem mais poderia divulgá-la tão bem? Defenda-a com unhas e dentes e mostre para todos o quão incrível ela é.
Procure funcionários que também estejam comprometidos em seguir as mensagens, valores e missões da sua marca. Uma equipe que tenha ideais alinhados aos da sua empresa vai conseguir manter a cultura adotada por você.
9. Criando a logo e a identidade visual
O processo da criação de uma logo é complexo e requer bastante atenção aos detalhes. É importante ter muita criatividade e técnica para chegar a um resultado original e que represente bem sua empresa, afinal, a logo é elemento que estampará sua marca — lembre-se: ela deve estar visível em todas as plataformas e produtos. Portanto, o melhor é ter algum profissional te ajudando.
A logo deve ser memorável e de fácil reconhecimento! Um cliente deve olhá-la e entender a sua ligação com o que a marca simboliza. O ideal é que qualquer pessoa consiga identificá-la como a cara da sua marca, e assim que bater o olho, fazer uma associação imediata.
Um slogan bem pensado também é uma forma de fazer sua marca ser lembrada. Tente imaginar uma frase simples, mas ao mesmo tempo impactante, que resuma o seu propósito e seus valores.
Algumas diretrizes devem ser estabelecidas e vão ajudar a manter a uniformidade desejada, como o tamanho e posicionamento da logo, paleta de cores, tipografia, fontes, iconografia, fotografia e elementos da web. Defina todos esses pontos e se atenha a eles na hora de fazer artes e novos componentes visuais.
Quanto às cores, o indicado é optar por uma paleta e usá-la sempre, com a consistência que a gente já cansou de falar. É bom se atentar às diferenças do modo claro e escuro (que são opções que só afetam o plano virtual), em que serão necessárias paletas específicas para cada situação, mas que sejam similares.
Sobre a fonte, uma ideia interessante é também definir uma paleta. Existem dois tipos principais de tipografia: a da sua logo (que pode ou não ser usada em outros lugares), e a(s) fonte(s) usada(s) para todo o resto.
Escolher onde colocar a logo pode ser complicado. Bons posicionamentos são no canto superior esquerdo ou na parte de baixo centralizado, mas depende de cada caso. Procure não deixar o design poluído. E se você tiver mais de uma versão da logo, deve determinar quando cada opção será usada.
Tanto as fotografias quanto os vídeos podem ser editados com os mesmos filtros, por exemplo, para que o estilo visual seja demarcado. Ou podem até ser compostos de uma maneira específica para refletir a identidade visual da marca.
Outras dicas relevantes que a gente acha válido mencionar são: repetir elementos gráficos, ou seja, escolher um elemento específico para representar algo e sempre usá-lo para o mesmo fim (experimente criar vetores para facilitar o uso); observar a escala — diretrizes para determinar os tamanhos e formatos de acordo com cada situação também são recomendadas; e ficar ligado na escrita, erros bobos podem causar uma má impressão.
Para nós percebermos o impacto da identidade visual de uma marca em uma situação não muito comum, é só analisarmos a banda Gorillaz. Quem imaginaria uma banda musical como uma marca tão voltada ao aspecto visual? Os criadores idealizaram quatro membros fictícios animados, com todo um universo para esses personagens. Isso permite que os seus fãs e ouvintes tenham uma experiência que ultrapassa o campo auditivo e interajam com a banda de uma maneira bem diferente da convencional.
Joseph Okpako/WireImage em Getty images
10. Investindo no marketing
Nós citamos anteriormente o marketing como um dos pontos que merecem cuidado. Existem muitas formas de divulgar sua marca, mas o marketing online ganhou muita força nos últimos anos.
O site da sua marca é uma ferramenta valiosa para fazê-la crescer. O cliente visita esse site para conhecer seus produtos, serviços, valores e história, e precisa ter uma experiência agradável em relação tanto à estética, quanto à funcionalidade. Além disso, o conteúdo precisa cativá-lo. Ah, e você deve ter o nome de domínio registrado, a hospedagem e um bom sistema de gerenciamento de conteúdo (o WordPress é uma ótima opção e é de graça!).
As redes sociais são a melhor e mais atual forma de começar a relação com um consumidor. Você precisa elaborar conteúdo original e de qualidade, que incentive o seguidor a interagir. Quando você forma uma comunidade que participa e se importa com seus posts, consegue garantir a fidelidade e confiança dessas pessoas. É basicamente um meio de se conectar mais intimamente com seus clientes.
O e-mail é outro instrumento pertinente para o marketing da sua marca. Monte uma lista com inscritos por meio de pop ups ou sidebars no seu site. As mensagens enviadas podem conter promoções, campanhas, novidades, posts no blog e qualquer informação que possa interessar o cliente. No e-commerce, é bem comum enviar e-mails quando o consumidor coloca um item no carrinho e não finaliza a compra, por exemplo; é um modo de fazê-lo voltar ao site e levar o produto.
Há também os anúncios pagos. O Google ads, o Facebook e o Instagram são exemplos de plataformas famosas para fazer esse tipo de marketing. Você deve pensar no seu público-alvo e idealizar uma campanha estruturada e organizada, com design criativo e atraente e com as palavras-chave certas.
Em relação às buscas online, a gente sugere que você preste atenção em como o conteúdo que vai produzir pode ser encontrado (observe as palavras que podem fazer com que seu site apareça como resultado), qual é a melhor frequência de posts e em quais dias postar. Defina uma estratégia clara de mecanismos de pesquisa.
Analisar os dados fornecidos pelo Google Analytics vai te ajudar a perceber os comportamentos do usuário e a monitorar suas atividades. É uma oportunidade de descobrir seus acertos e erros e, consequentemente, o que pode ser mudado, melhorando constantemente a experiência que sua marca oferece. Com o mesmo propósito, você ainda pode fazer pesquisas, enquetes, ler comentários. É com base nesses dados que é possível delimitar uma estratégia de marketing mais forte.