O que você precisa saber sobre Metodologias Ágeis

Com o avanço tecnológico e a procura por métodos que tornem a gestão de projetos mais eficiente, surgiu a metodologia ágil. É cada vez mais comum empresas e organizações fazerem uso dessa prática, e sua popularidade se dá por trazer agilidade, flexibilidade e maior produtividade aos projetos.

O mercado tem demandado uma transformação em relação a como as entregas são feitas. Espera-se que elas sejam mais transparentes, colaborativas e com foco no cliente, e a metodologia ágil é uma ótima forma de alcançar isso. Se você quer entender melhor como funciona essa abordagem, é só vir com a gente!

O que é metodologia ágil?

 

A metodologia ágil é um conjunto de técnicas que promovem um desenvolvimento contínuo, trabalho em equipe, rapidez na entrega, dinamicidade e facilidade em aplicar mudanças e adaptações de acordo com as exigências que forem surgindo. 

Funciona assim: o projeto é dividido em ciclos, chamados de iterações. A cada entrega, um novo ciclo começa. Assim, são feitas várias entregas parciais durante o processo. 

O objetivo é, portanto, além de agilizar e economizar tempo e esforços, dar uma oportunidade para o cliente participar ativamente do desenvolvimento, contribuindo com feedbacks constantes. O resultado é um projeto muito mais aperfeiçoado e com alta qualidade!

Manifesto Ágil

 

Com intuito de propor alterações às metodologias clássicas de gestão de projetos, em 2001, 17 desenvolvedores se reuniram e formularam um documento denominado Manifesto Ágil. Nele, estão contidos quatro valores basilares:

  1. Os indivíduos e iterações mais que ferramentas e processos
  2. Software funcionando mais que documentação abrangente
  3. Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos
  4. Responder a mudanças mais que seguir um plano

Eles indicam, nos quatro itens, que é necessário priorizar certos pontos em relação a outros. A gente pode notar que todos giram em torno de melhorar a experiência do usuário, criando uma relação mais próxima com o cliente, sem medo de adaptar o plano para chegar a um produto final mais adequado.

Além disso, foram estabelecidos 12 princípios:

  • Nossa maior prioridade é satisfazer o cliente por meio da entrega contínua e adiantada de software com valor agregado.
  • Aceitar mudanças de requisitos, mesmo no fim do desenvolvimento. Processos ágeis se adequam a mudanças, para que o cliente possa tirar vantagens competitivas.
  • Entregar frequentemente software funcionando, de poucas semanas a poucos meses, com preferência à menor escala de tempo.
  • Pessoas de negócios e desenvolvedores devem trabalhar diariamente em conjunto por todo o projeto.
  • Construir projetos em torno de indivíduos motivados, dando a eles o ambiente e o suporte necessário e confiando neles para fazer o trabalho.
  • O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para e entre uma equipe de desenvolvimento é por meio de conversa face a face.
  • Software funcionando é a medida primária de progresso.
  • Os processos ágeis promovem desenvolvimento sustentável. Os patrocinadores, desenvolvedores e usuários devem ser capazes de manter um ritmo constante indefinidamente.
  • Contínua atenção à excelência técnica e bom design aumentam a agilidade.
  • Simplicidade: a arte de maximizar a quantidade de trabalho não realizado é essencial.
  • As melhores arquiteturas, requisitos e designs emergem de times auto-organizáveis.
  • Em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como se tornar mais eficaz e então refina e ajusta seu comportamento de acordo.

Esses mandamentos seguem as mesmas ideias já citadas, descrevendo detalhadamente como a metodologia ágil deve ser aplicada.

Para representar o Manifesto Ágil, foi criada uma organização sem fins lucrativos, a Agile Alliance. Seu propósito é incentivar conversas sobre essa metodologia, enfatizando os valores e princípios que nós acabamos de ver. 

Diferenças entre as metodologias ágeis e o modelo tradicional

Existem distinções claras entre as metodologias ágeis e o modelo tradicional, também conhecidas como metodologia cascata, e é importante que elas sejam analisadas.

Para começar, como já foi mencionado, na metodologia ágil, o projeto é dividido em várias pequenas entregas, enquanto, na tradicional, há um planejamento mais rígido, com fases sequenciais pré-estabelecidas do início até o fim e apenas uma entrega.

Quando entregas ocorrem frequentemente por todo o processo, a consequência natural é que o cliente vai poder estar sempre em contato com o projeto. Os testes são realizados a cada entrega, possibilitando alterações e correções de erros bem antes da finalização do produto. O contrário é percebido na metodologia tradicional: nela, o cliente só tem acesso ao produto no final do projeto, o que acaba dificultando mudanças e adaptações em relação ao planejamento inicial.

Há também a questão da divisão do trabalho. Seguindo a metodologia ágil, as equipes são menores, multidisciplinares e trabalham conjuntamente o tempo todo. Já na metodologia clássica, existe uma separação mais evidente de cada área, com cada uma atuando independentemente da outra.

A burocracia (ou a ausência dela) é mais um ponto que as diferencia. Os documentos são prioridades na metodologia tradicional, mas, na ágil, eles ganham papel secundário, como inclusive está estipulado em um dos quatro valores do Manifesto Ágil: é mais importante a colaboração com os clientes que negociações de contratos.

Principais metodologias ágeis

1. Scrum

 

O Scrum é o framework mais popular. É um método ágil focado em como gerenciar tarefas dentro de um ambiente de desenvolvimento baseado na equipe. Essa equipe é dividida em três: 

  • Product owner (dono do produto): tem como responsabilidade criar o backlog do produto, ou seja, o conjunto de funcionalidades do produto que está sendo desenvolvido. Ele toma conta da parte técnica, atuando como um mediador entre o cliente e a equipe. 
  • Scrum master: é responsável por fazer com que o Scrum esteja sendo aplicado da maneira correta, por remover obstáculos durante o processo e por organizar reuniões. Funciona como o facilitador.
  • Development team (equipe de desenvolvimento): a equipe, que é multidisciplinar e auto-organizada, é responsável por desenvolver e testar o produto.

É importante entender o conceito de sprint: um dos pilares do Scrum, representa o ciclo de trabalho (iteração), determinado por um espaço de tempo específico. Cada ciclo significa uma nova entrega parcial. Todo projeto que segue a metodologia Scrum apresenta diversos sprints sequenciais. 

O Scrum tem, ainda, quatro reuniões, mas nós vamos entendê-las melhor num próximo post.

2. Kanban

 

Kanban é um termo japonês que significa “cartão”. Esse método consiste em cartões contendo todas as informações necessárias para o desenvolvimento do produto em todas as etapas até a finalização. 

Uma tabela é dividida em colunas, nas quais ficam demonstrados os fluxos da produção. Essas informações são, portanto, mutáveis — a cada entrega, nascem novas demandas e são criados novos cartões para representá-las. 

A intenção principal é facilitar a visualização das tarefas e do andamento do projeto por parte da equipe. Todos os envolvidos conseguem conferir facilmente o que precisa ser feito, o que está em andamento e o que já foi concluído.

3. Lean

 

A metodologia Lean tem como origem a Manufatura Enxuta, baseada no sistema Toyota de produção. A ideia é melhorar a eficiência e a qualidade, por meio do uso de somente recursos considerados necessários, impedindo a perda de tempo, esforço e dinheiro. 

Assim, foca-se em produzir valor para o cliente, atentando-se às suas reais demandas, para conseguir desenvolver com mais rapidez, economia e excelência. Para isso, são identificadas as etapas do projeto e, em seguida, eliminadas as que não agregam valor.

Existem quatro princípios que traduzem o Lean thinking:

  1. Definir valor
  2. Mapear os fluxos de valor
  3. Criar um fluxo contínuo de trabalho
  4. Organizar um sistema de fluxo puxado
  5. Buscar a perfeição

4. eXtreme Programming (XP)

 

O eXtreme Programming, também conhecido como XP, é uma metodologia parecida com o Scrum. Ele tem como base cinco valores: comunicação, simplicidade, feedback, coragem e respeito. 

Essa abordagem é bastante útil quando o cliente faz frequentes pedidos de mudanças ou então quando ele ainda não tem certeza sobre a funcionalidade do sistema, já que permite o feedback constante do cliente. 

A proposta é que os ciclos (iterações) sejam bem curtos, com testes regulares e melhoria contínua dos códigos. Assim, o desenvolvimento do projeto fica mais produtivo, e é possível estabelecer checkpoints nos quais as solicitações dos clientes podem ser facilmente implementadas. 

As fases do XP são: planejamento, gerenciamento, criação do design, codificação, testes e atenção ao feedback.

Esses são alguns tipos de metodologia ágil que nós achamos interessante mencionar. Como a aplicação dessa técnica vai além do desenvolvimento de softwares, vale a pena empregá-la no seu projeto.

Nos próximos posts, vamos explorar ainda mais o assunto, mas esperamos que, com o que você leu até aqui, o conceito e a ideia por trás das metodologias ágeis já tenham ficado mais claros e você já possa tentar experimentar!
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